OGUM MEGÊ NO CANDOMBLÉ
Era
um terrível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos.
Dessas expedições ele trazia sempre um rico espólio e numerosos
escravos. Nascido na cidade de IFÉ e nela cultuado,pois veio na corte de ÒRÚNMÌLÀ em sua chegada a terra.
É considerado filho de YEMONJA e outras vezes de ODÙDUWÀ e, em ambos, seu pai é ÒRISÀNLÁ.
ÒGÚN
caça e inventa armas. Deve-se ter sempre a seus pés uma cabaça virada,
pois se êle chegar e não encontra-la, fica nervoso. O fogo e o sangue
simbolizam a raiva e o desejo de guerrear. Êle teve várias esposas:
ÒSUN, OBÁ e OYA, mas a mais importante foi ELESY ÒSUN ORIY,
aquela que pintava sua cabeça com pós brancos e vermelhos. Por onde
passava conquistava aldeias, cidades, era aclamado e recebia vários
nomes: ÒGÚN BENIN, ÒGÚN DAYO, ÒGÚN FENÁN, ÒGÚN KAUANÁ; não são qualidades e sim títulos. Seu principal alimento é o IXÙ ( inhame ) .
ÒGÚN é assentado, geralmente, do lado de fora. Gosta de ficar rodeado de árvores, como YIOBÉ, peregun, sua árvore de maior fundamento, e YIZIEEOU, pé de jaca. Mulher não deve chegar perto.
Sua saudação: ÒGÚN YÈ, PÀTÀKÌ ORÍ ÒRÌSÀ, quer dizer: Salve OGUN, Oricha importante para a cabeça.
OGUM MEGÊ NA UMBANDA
“O seu cavalo corre, em ninguém ver, ô salve as sete espadas de Ogum Megê”.
Essa
qualidade de Ogum de Umbanda é muito invocada para resolver casos de
feitiçaria e outros trabalhos mais pesados, principalmente os que
envolvem a Calunga Pequena, ou cemitério.
Esse
Orixá anda geralmente nas encruzilhadas e estradas que dão aceso ao
campo santo, e sua força se une com a de Omulú, o grande guardião das
almas e de sua morada. Grande guerreiro, sempre está atento para o que
se passa dentro dos cemitérios, sendo importante que; antes de fazermos
qualquer obrigação neste local, levemos presente para ele.
Ogum
Megê, assim como os demais Oguns, é um protetor fiel, e sempre que por
ele chamamos, encontramos pronto atendimento às nossas súplicas.
Com
seu cavalo, este Ogum ronda os cemitérios sempre e nada podemos fazer
sem sua devida autorização. Era comum os umbandistas mais antigos,
levarem para ele, cerveja, velas, ou outro tipo de oferenda para que ele
autorizasse aos exús daquele lugar, que viessem atender a um chamado
sempre que deles precisassem.
Usa
as cores vermelha e branca, assim como a grade maioria dos Oguns de
Umbanda, fuma cigarro ou charuto e quando incorporado, bebe de forma
moderada a cerveja branca.
Ao
invocarmos algum exú de cemitério para nos ajudar em alguma situação, o
Sr. Ogum Megê, vem imediatamente até as proximidades do portão e
pergunta a que lugar vai aquele exú, e se ele não foi devidamente
homenageado, pode impedir que aquele exú venha trabalhar, e essa é a
causa de alguns trabalhos de cemitério não renderem resultados
satisfatórios.
Dentro
da quimbanda, assim como os demais Oguns, Megê se encarrega de
supervisionar os trabalhos que são realizados e se por ventura algo de
muito errado for feito, ele imediatamente comunicará às esferas
superiores e se dará assim, o início da cobrança daquele ato,
primeiramente para o exú e posteriormente para a pessoa que solicitou o
trabalho.
Recebe
velas brancas, vermelhas e brancas e sempre ao redor dos cemitérios,
também costuma receber cerveja branca e algumas pessoas costumam colocar
farofa para o mesmo.
Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá.


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