sábado, 26 de agosto de 2017

video 1503786875

OFERENDA AO EXU TIRIRI



ewa

Dia da semana: Sábado

Cores: Vermelho Vivo, Coral e Rosa, amarelo

Símbolos: Lira, arpão, Ofá

Elementos: Florestas, Céu Rosado, Astros e Estrelas, mata virgem

Domínios: Beleza, Vidência (sensibilidade, sexto sentido), Criatividade, possibilidades

Saudação: Ri Ro Ewá!


O Orixá Ewá ou Iyewá, é uma bela virgem que Xangô se apaixonou, porém não conseguiu conquistá-la, Ewá fugiu de Xangô e foi acolhida por Obaluaiye que lhe deu refúgio. Ewá mora nas matas inalcançáveis, ligada a Iroko e Oxóssi, e tornou-se uma guerreira valente e caçadora habilidosa. Ewá é casta, a Senhora das possibilidades.

Euá é representada pelo igbá àdó kalabá (cabaça com tiras de ráfia).

Oferendas: Eja isu – peixe com inhame, salada de milho/feijão/côco

 As virgens contam com a proteção de Ewá e, aliás, tudo que é inexplorado conta com a sua proteção: a mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não se pode nadar ou navegar. A própria Ewá, acreditam alguns, só é iniciada na cabeça de mulheres virgens, pois ela mesma seria uma virgem, a virgem da mata virgem filha dileta de Oxalá e Oduduwá

Ewá domina a vidência, atributo que o deus de todos os oráculos, Orunmilá lhe concedeu.

Em África, o rio Yewá é a morada desta deusa, mas a sua origem gera polémica. Há quem diga que, tal como Oxumaré, Nanã, Omulú e Iroko, Ewá era cultuada inicialmente entre os Mahi, foi assimilada pelos Iorubas e inserida no seu panteão. Havia um Orixá feminino oriundo das correntes do Daomé chamado Dan. A força desse Orixá estava concentrada numa cobra que engolia a própria cauda, o que denota um sentido de perpétua continuidade da vida, pois o círculo nunca termina.

Ewá teria o mesmo significado de Dan ou uma das suas metades – A outra seria Oxumaré. Existem no entanto, os que defendem que Ewá já pertencia à mitologia Nagô, sendo originária na cidade de Abeokutá. Estes, certamente, por desconhecer o panteão Jeje – No qual o Vodun Eowa, seria o correspondente da Ewá dos Nagô -Confundem Ewá com uma qualidade de Iemanjá, Oyá e Oxun. Ewá é um Orixá independente, mas é conhecida entre os jejes de Eowá e no povo de língua Yorubá por Ewá.

Características dos filhos de Ewá

Pessoas de beleza exótica, diferenciam-se das demais justamente por isso. Possuem tendência a duplicidade: Em algumas ocasiões podem ser bastante simpáticas, em outras são extremamente arrogantes; às vezes aparentam ser bem mais velhas ou parecem meninas, ingénuas e puras. Apegadas à riqueza, gostam de ostentar, de roupas bonitas e vistosas, e acompanham sempre a moda, adoram elogios e galanteios.

São pessoas altamente influenciáveis, que agem conforme o ambiente e as pessoas que as cercam, assim, podem ser contidas damas da alta sociedade quando o ambiente requisitar ou mulheres populares, falantes e alegres em lugares menos sofisticados. São vivas e atentas, mas sua atenção está canalizada para determinadas pessoas ou ocasiões, o que as leva a desligar-se do resto das coisas. Isso aponta uma certa distracção e dificuldades de concentração, especialmente em actividades escolares.

As lendas

A LENDA DOS ORIXÁS

OXALÁ
Oxalá, estava morrendo de saudades de um de seus filhos, Xangô, que morava em terras longínquas. Antes porém de viajar, consultou Ifá, o Deus da Adivinhação, que desaconselhou a viagem. Mas ante a teimosia de Oxalá, determinou-lhe que, durante a viagem, além de levar três mudas de roupas brancas, sabão e Ori, concordasse com tudo o que as pessoas lhe pedissem sem jamais irritar-se.
Durante o caminho Oxalá encontrou-se com um Exu, o senhor do Azeite-de-dendê, que o saudou efusivamente e pediu um abraço. Oxalá cumprindo as determinações de Ifá, abraçou-o, e Exu que carregava um barril do azeite sobre as costas, ao abraçá-lo derramou todo o azeite por cima dele e foi-se rindo, satisfeito com a sua brincadeira. Oxalá lembrando-se das determinações de Ifá, resignadamente, lavou-se com o sabão, passou Ori no corpo, despachou a roupa suja e seguiu viajem. Mais adiante encontrou outro Exu, agora o dono do carvão, que também o saudou como o anterior e fez exactamente a mesma brincadeira, sujando-o de pó carvão retirando-se e rindo também. Mas uma vez, Oxalá, se limpa, e despacha a roupa suja, troca de roupa e segue a viagem, sem se aborrecer como Ifá determinara. Ao chegar ao reino de Xangô, viu um lindo cavalo branco, reconhecendo-o como um que em outras épocas havia dado de presente ao seu filho. O cavalo também, reconhecendo-o seguiu mansamente com ele. Nisso, chegam os criados de Xangô, e ao verem Oxalá, sem o reconhecerem, levando o cavalo, tomam-no por um ladrão, agridem-no e jogam-no numa masmorra. Lá ficou durante sete anos. Durante esse tempo, o reino de Xangô sofreu muitas desgraças, a colheita era ruim, o gado foi dizimado pela seca, as mulheres ficaram estéreis e as pessoas morriam de fome. Xangô, sem saber o que estava acontecendo, mandou chamar os mais afamados adivinhos, chegando a consultar o maior de todos os oráculos, Ifá! Este revelou-lhe, que o acontecido era em virtude de ter em suas masmorras um inocente. Xangô manda vasculhar todas suas prisões, até chegar a Oxalá. Levado o prisioneiro a frente do grande rei, este reconhece seu pai e imediatamente manda buscar água para lavá-lo. Todos se purificaram e vestiram-se de branco em seu respeito. Como Oxalá, mal podia andar, alquebrado pelos maus-tratos, e tempo em que ficou preso, Xangô deu-lhe Ayrá, que o carregou nas próprias costas, até o palácio de Oxaguian, seu outro filho, onde morava anteriormente.


YEMANJÁ
Yemanjá estava perdida em seus pensamentos quando dela se aproxima seu filho Exu que lhe diz.
- Mãe por todos os caminhos que percorri pelo mundo tive todas as belezas que quis, mas nenhuma delas era tão bela como você!
- O que diz meu filho, não estou compreendendo!
- Estou lhe dizendo que és a mulher mais linda que já vi e voltei para possuí-la.
E dizendo isso atirou-se sobre Yemanjá, tentando violentá-la. Yemanjá não podia permitir que aquilo acontecesse e resistiu bravamente, lutou tanto, que pela violência da luta, seus seios foram dilacerados. Enlouquecido e arrependido Exu, " caiu no mundo", sumindo na linha do horizonte.
Diz-se que dos seios dilacerados de Yemanjá, saíram, lágrimas profundamente tristes e tantas que se tornaram toda a água salgada do mundo, de onde se originaram todos os mares e oceanos.


OGUM
Ogum, Oxossi e Exu eram irmãos e filhos de Yemanjá. Ogum era calmo, tranquilo, pacato e caçador, ele é que provia a casa de alimentos, pois Exu gostava de sair no mundo e Oxóssi era contemplativo e descansado. Num belo dia, Ogum voltando de uma caçada, vê sua casa cercada por guerreiros de outras terras. Vendo sua casa em chamas e seus parentes gritando por socorro, tomou-se de uma ira incontrolável e sozinho derrotou todos os agressores, não deixando um só vivo. Dai em diante, Ogum iniciou seu irmão Oxóssi na caça e disse a sua mãe.
- Mãe, preciso ir, tenho de lutar, vencer e conquistar. Mas se em qualquer momento, qualquer um de vocês estiver em perigo, pensem em mim, que voltarei de qualquer lugar para defendê-los.
Assim partiu e tornou-se o maior guerreiro do mundo, vencia a todos os exércitos sem mesmo ter um exército, tornou-se assim a verdadeira força da vitória.

OXOSSI
Oxóssi, conta que numa de suas inúmeras caçadas, sem que tivesse consultado antes Ifá, encontrou uma cobra no mato - Oxumarê. Ela lhe diz que não pode ser morta por ele, pois não é um bicho de penas, ele pouco se importou com o aviso, e matou-a com a lança, cortando-a em diversos pedaços e levando para casa para ele mesmo preparar um guisado, com o qual se refastelou. No dia seguinte, Oxum, sua esposa, prevendo muitas catástrofes, por causa da quebra de tantos tabus, encontra Oxóssi, deitado no chão morto e rastros de cobra que iam em direção a floresta. Oxum chorou tanto e tão alto que Ifá, condoído pela sua dor, fez Odé, o caçador, renascer sob a forma divina de Oxóssi.


XANGÔ
Certa vez, viu-se Xangô acompanhado de seus exércitos frente a frente com um inimigo que tinha ordens de seus superiores de não fazer prisioneiros, as ordens era aniquilar o exército de Xangô, e assim foi feito, aqueles que caiam prisioneiros eram barbaramente aniquilados, destroçados, mutilados e seus pedaços jogados ao pé da montanha onde Xangô estava. Isso provocou a ira de Xangô que num movimento rápido, bate com o seu machado na pedra provocando faíscas que mais pareciam raios. E quanto mais batia mais os raios ganhavam forças e mais inimigos com eles abatia. Tantos foram os raios que todos os inimigos foram vencidos. Pela força do seu machado, mais uma vez Xangô saíra vencedor. Aos prisioneiros, os ministros de Xangô pediam, o mesmo tratamento dado aos seus guerreiros, mutilação, atrocidades, destruição total. Com isso não concordou Xangô.
- Não! O meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça, eram guerreiros cumprindo ordens, e seus líderes são quem devem pagar!
E levantando novamente seu machado em direcção ao céu, gerou uma série de raios, dirigindo-os todos, contra os líderes, destruindo-os completamente e em seguida libertou a todos os prisioneiros que fascinados pela maneira de agir de Xangô, passaram a segui-lo e fazer parte de seus exércitos.

IANSÃ
Certa vez, Xangô foi visitar o irmão Ogum e conheceu sua mulher Iansã. Os dois se apaixonaram e Iansã largou Ogum, indo viver com Xangô. Tempos depois, com saudades, Iansã voltou para Ogum; então Xangô chamou seu exército e atacou o reino do irmão. Enquanto lutavam, Ogum mandou Iansã para o reino de Oxóssi. Quando Xangô, vencedor, foi buscá-la, ela se casara com Oxóssi. Atacou-o, e Oxóssi mandou Iansã para o reino de Omulú. E a história se repetiu, até que Iansã foi mulher de todos os Orixás. Mas no final acabou voltando a viver com Xangô, e de sua união nasceram os gémeos Ibeji. Iansã e Xangô sempre foram muito companheiros, mas Xangô, como rei, queria sempre ser o mais poderoso de todos. Iansã não se conformava com isso, pois ela é muito independente e não admite ser mandada por ninguém. Certa vez, disseram a Xangô que, num reino vizinho, havia um sacerdote que conhecia uma poção que, quando ingerida, dava o poder de lançar fogo pela boca. Como estava envolvido numa luta, Xangô mandou Iansã buscar a poção para ele. Ao voltar, ela começou a pensar que não era justo que só Xangô tivesse esse poder; então, tomou um pouquinho da poção, para que o marido não percebesse. Assim, ela ficou com o poder mágico mas, como tomou pouca poção, é dona apenas dos ventos e dos raios fracos. Depois que casou com Oxum, que era muito dengosa, Xangô passou a negligenciar Iansã, que ficou muito enciumada. Um dia, quando Oxum foi tomar banho no rio, Iansã resolveu se vingar e fez surgir uma cortina de fogo no caminho; mas Oxum fez o rio transbordar e o fogo se apagou. Iansã ficou ainda mais irritada e atacou Oxum com a espada. Como Oxum só levava um espelho, usou-o para fazer com que o reflexo do sol cegasse a rival. Só assim Iansã parou e as duas puderam conversar. Iansã viveu por muito tempo com Xangô e foi sua melhor companheira de aventuras. Apesar de sua inconstância, ela gostava muito dele. Por isso, quando Xangô morreu, ela ficou tão desesperada que não quis mais viver. Pediu aos Orixás que aceitassem sua ida para o mundo dos mortos em companhia do marido e então se matou. Por ter ido pela própria vontade, Iansã se tornou amiga dos Eguns. É por isso que Iansã é o único Orixá que tem
coragem de participar do culto dos mortos, dominando-os com seu chicote.

NANÃ BURUKU
Ogum precisava atravessar um campo que fazia limites com as terras de Nanã. O terreno era pantanoso e traiçoeiro, mas para Ogum não tinha tempo ruim e ele decidiu-se a ir por ali mesmo. Quando iniciava a jornada, escutou a voz de Nanã que determinava:
- Estas terras tem dono rapaz, peça licença para passar!
Ogum não se curvaria a ninguém e respondeu:
- Ogum não pede nada a ninguém. Ogum toma e não será uma velha que irá me deter!
Nanã ainda determina, mais uma vez, Ogum peça licença, e Ogum não a atende embrenhando-se pântano a dentro. Nanã então, ordena ao pântano que tragasse e matasse Ogum que é obrigado a usar de toda a sua força para livrar-se e salvar a própria vida.
Ogum teve de recuar, mas bradou!
- Tu és poderosa, vou procurar outro caminho, mas antes vou encher seu pântano de ponta de metal duro e afiado que cortará sua carne se tentar passar por ele também.
Nanã respondeu:
- Tu és forte e valoroso, mas precisas aprender a respeitar a terra dos outros. Por minhas terras não passarás, garanto!
E a partir desse dia, Nanã aboliu em suas terras o uso de metais.


OBALUAIÊ (OMULUM)
Houve uma festa e todos os Orixás estavam presentes. Menos Omolu que ficara do lado de fora. Ogum pergunta por que o irmão não vem e Nanã responde que é por vergonha de suas feridas causadas pelas doenças. Ogum resolve ajudá-lo e o leva até a floresta onde tece para ele uma roupa de palha que lhe cobre o corpo todo. O filá!. Mas a ajuda não dá muito certo, pois muitos viram o que Ogum fizera, e continuavam a ter nojo de dançar com o jovem Orixá, menos Iansã, altiva e corajosa, dança com ele e com eles o vento de Iansã que levanta a palha e para espanto de todos, revela um homem lindo, sem defeito algum.
Todos os Orixás presentes, ficam estupefactos com aquela beleza, principalmente Oxum, que se enche de inveja, mas agora é tarde, Omolu, não quer mais dançar com ninguém.
Em recompensa pelo gesto de Iansã, Omolu dá a ela o poder de também reinar sobre os mortos. Mas daquele dia em diante, Omolu declara que dança sozinho doravante!


OXUMARÉ
Oxumaré era o Babalawó da corte de um rei que, embora fosse rico e poderoso, não pagava bem seu sacerdote, que vivia na pobreza. Certo dia, Oxumaré perguntou a Ifá o que fazer para ter mais dinheiro; Ifá disse que, se ele lhe fizesse uma oferenda, ele o tornaria muito rico. Oxumaré preparou tudo como devia mas, no meio do ritual, foi chamado ao palácio. Não podendo interromper o ritual, ele não foi; então, o rei suspendeu seu pagamento. Quando Oxumaré pensava que ia morrer de fome, a rainha do reino vizinho chamou-o para tratar seu filho doente e, como Oxumaré o salvou, a rainha pagou-o muito bem. Com medo de perder o adivinho, o rei lhe deu ainda mais riquezas, e assim se cumpriu a promessa de Ifá. Houve um tempo em que Oxumaré viveu no meio dos mortais. Ele era um grande Babalawó, curandeiro e vidente. Seus dons eram tão grandes, que ele adivinhava tudo que iria acontecer e orientava as pessoas para mudarem os fatos segundo seu gosto. Isso começou a interferir nos destinos das pessoas e a prejudicar os projectos dos orixás. Por isso, os orixás decidiram afastá-lo da humanidade. Falaram com Olorum, que transformou Oxumaré num arco-íris, que deveria ficar para sempre no céu. Mas Oxumaré tanto pediu, que conseguiu autorização para voltar a ter contacto com os humanos de 3 em 3 anos.


OXUM
Oxum queria saber o segredo do jogo de búzios que pertencia a Exu e este não queria lhe revelar. Ela então procura na floresta as feiticeiras, chamadas YAMI OXORONGÁ. As feiticeiras perguntam a Oxum o que faz ali, e ela lhes pede como enganar Exu para conseguir o segredo do jogo de búzios. As feiticeiras à muito, querendo pregar uma peça a Exu, ensinaram toda a sorte de magias a Oxum, mas exigiram que ela lhes fizesse uma oferenda a cada feitiço realizado. Oxum concordou e foi procurar Exu.
Ao chegar perto do reino de Exu, este desconfiado perguntou-lhe o que queria por ali, que ela deveria ir embora, e que ele não ensinaria nada. Ela então, o desafia a descobrir o que tem entre os dedos. Exu se abaixa para ver melhor e ela sopra sobre seus olhos um pó mágico que ao cair nos olhos de Exu o cega e arde muito. Exu gritava de dor e dizia;
- Eu não enxergo nada, cadê meus búzios?
Oxum fingindo preocupação, respondia:
- Búzios? Quantos são eles?
- Dezesseis, respondeu Exu, esfregando os olhos
- Ah! Achei um, é grande!
- É Okanran, me dê ele.
- Achei outro, é menorzinho!
- É Eta-Ogundá, passa para cá...
E assim foi até que ela soube todos os segredos do jogo de búzios, Ifá o Orixá da adivinhação, pela coragem e inteligência da Oxum, resolveu-lhe dar também o poder do jogo, e dividi-lo com Exu.


IBEJI
Existia num reino dois pequenos príncipes gémeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles; em troca, pediam doces balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinices e, um dia, brincando próximos a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado. Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gémeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a orumilá que o levasse para perto do irmão. Sensibilizado pelo pedido, orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.


EXU
Exu uma vez, chateado por não ter recebido sua oferta semanal na segunda-feira que é o seu dia, resolveu vingar-se. Vestiu um chapéu pontudo com um lado vermelho e outro branco. Passou pelas pessoas que, deveriam ter-lhe dado a oferenda, dois grandes e bons amigos, e amigavelmente cumprimentou-os.
- Boa noite, como vão, amigos?
- Vamos bem, gentil cavalheiro, boa noite para o senhor também?
E com um ligeiro abano de mãos se afastou. Um dos amigos falou para o outro.
-Quem será este cavalheiro tão educado com o chapéu vermelho que passou por nós?
Respondeu o amigo:
-Realmente é muito educado, mas o seu chapéu era branco!
-Que branco nada, era vermelho, está me chamando de cego?
-Qual nada, era branco, você é que está me chamando de mentiroso!
E imediatamente após dizer isso, partiu para agressão ao amigo que se defendeu usando uma faca, na qual foi rechaçado pelo oponente que também possuía uma outra arma de corte, resultando em feridas feias e morte aos dois. Exu que de perto assistia a tudo sorria e partiu. Estava vingado.
Exu
O primeiro dos Orixás tem a segunda feira como seu dia de celebração e, apesar de ser visto por muitos de fora do candomblé como uma entidade maléfica, ele na verdade é um mensageiro do Orixás, executando o que lhe é comandado, independente das consequências.

Obaluaiê Outro Orixá celebrado durante as segundas-feiras com a saudação “Atotô!”, ele é a divindade da medicina, possui sincretismo às figuras de São Roque e São Lázaro e está sempre olhando pelos doentes.

Leia também:  Banho de Obaluaiê para curar as enfermidades do corpo e alma

Ogum Destinado à terça feira, esse é o orixá guerreiro representado por São Jorge em sincretismo com a Igreja Católica. Com a saudação “Ogunhê!” junto ao ato de curvar-se, ele simboliza a luta pela vida e a força física e espiritual.
Ogum
Créditos da Imagem - Deuses Africanos

Leia também: Oração poderosa à Ogum guerreiro para abrir caminhos

Oxumarê Representado por São Bartolomeu no catolicismo, Oxumarê é o Orixá da riqueza e fortuna, sendo também conhecido como o ciclo da vida. Celebrado durante as terças-feiras, a saudação de sua chegada é “Arroboboi!”.

Iroko Iroko é uma entidade pouco presente e tem sua manifestação restrita, sendo ela muito ligada a outro Orixá, Xangô. Representa o tempo e é ligado no catolicismo a São Pedro Nolasco, sendo celebrado na terça-feira sob a saudação “Iroko y Só! Eeró!”.

Iansã Representa a força natural feminina dos ventos e das tempestades, comemorando seu dia às quartas-feiras. Seu sincretismo na igreja católica é a figura de Santa Bárbara e tem como saudação o grito de guerra “Epahey Oyá”.
Lansa
Créditos da Imagem - Deuses Africanos

Leia também: Oração de Iansã para o dia 4 de dezembro

Xangô Esse orixá é uma figura muito popular mesmo entre os leigos do candomblé, representado na igreja católica pelo santo São Jerônimo, sob a personificação da justiça. Comemorado na quarta-feira, sua celebração tem um como grito de saudação “Kao Kabiesilê!”.

Leia também: Banho de Xangô para superar dificuldades e pedir soluções

Obá Essa é a representação de outra forma do poder dos ventos, através da senhora dos redemoinhos, sendo sua santa católica a famosa Joana d’Arc. Também celebrada em uma quarta-feira, a saudação de Obá é “Xiré Yá!”.

Oxóssi Representado por São Sebastião na Igreja Católica, tem seu dia na quinta-feira e sua saudação é “Okê aro!”. Oxóssi é o grande senhor das matas, protetor dos animais e seres que lá habitam, atuando também como o Orixá da caça.
Oxossi
Créditos da Imagem - Deuses Africanos

Logun Edé Filho de Oxum e Oxóssi, este é o famoso Orixá caçador e, justamente por isso, seu representante na igreja católica é o poderoso Santo Expedito. Sua saudação é dita “Olorikim!” e tem sua comemoração feita na quinta-feira.

Ossaim Representado por São Benedito na igreja católica, ele divide a quinta-feira com as celebrações de Oxóssi e Logun Edé, sendo muito respeitado como o Orixá das plantas e saudado com “Ewê ô!”.

Oxalá O maior e mais conhecido de todos os orixás, tem seu nome usado em diversas expressões populares. Sua saudação é o “Êpa Babá!” e representa sua fama na igreja católica através do Senhor do Bonfim. Devido a sua grande importância, Oxalá tem o dia de sexta-feira reservado somente para si.
Oxalá
Créditos da Imagem - Deuses Africanos

Oxum Outro grande e conhecido Orixá, Oxum é o representante do amor, da maternidade e da fertilidade. Essa característica materna faz com que a divindade seja representada pela grande mão da igreja católica, Nossa Senhora Aparecida. Seu dia é o sábado e é saudada com o dizer “Ora yê yê ô!”.

Leia também: Oração Poderosa para Oxum: a orixá da abundância e fertilidade

Iemanjá A figura popular da grande deusa e senhora dos mares, Iemanjá é a mãe de todos e o espelho do mundo. Seu dia é celebrado aos sábados, junto a Oxum e através da Nossa Senhora da Conceição (ou também pela Virgem Maria, variando de acordo com a região de celebração). Sua saudação é “Odô iyá!”.
Iemanjá
Créditos da Imagem - Deuses Africanos

Leia também: Orações de Iemanjá para proteção e para abrir caminhos

Nanã Um dos mais antigos Orixás e representada por Sant’Ana, Nanã é a deusa associada aos idosos, à maternidade e aos castigos como forma de educar, tendo seu dia celebrado às terças-feiras. Sua saudação se pronuncia “Salubá!”

Ibeji (Erês) Aos domingos também pode ser celebrado o dia de Ibeji que, na verdade, são orixás crianças representados por São Cosme e São Damião. Dizem que são amigos de todas as crianças e, normalmente suas celebrações estão acossadas a presença de muitos doces brinquedos. São saudados por “Omi beijada! Beijiróó!”.

OGUM WARI

CONHECENDO OGUM WARI


OGUM WARI
O Senhor dos metais amarelos 

É perigoso e feiticeiro, come com Oxum e Iemanjá. Tem temperamento muito difícil e autoritário. Veste azul-marinho e dourado. É o dono dos metais dourados, ligado a Oxum, isso o faz ser o mais requintado dentre todos os Oguns. 

É uma qualidade de Ogum que precede a idade do ferro. Sendo assim suas ferramentas são feitas em latão (dourado). Tem caminho com Oyá (Vive no Igbalé e é muito ligado a feitiçaria.). Tem forte ligação com os Antepassados (Egungun). Lutou pelo reino de Irê, saindo vitorioso. Sua cor é o verde e em algumas casas o Azul com o Dourado. 

SIMBOLOGIA 

Ogum Wari é representado pela Idá ide (espada de bronze). 

DIA:Terça-feira. 

OFERENDA: Èwà Sun Oyin - feijão fradinho torrado com mel de abelha. 

CORES: Azul-marinho que simboliza lealdade, respeito e atrai vitalidade, e amarelo ouro. 

CARACTERÍSTICAS DE OGUM WARI: É impulsivo e conquistador. Foi às margens de um rio na cidade de Èfòn, na Nigéria, que Ògún Wari presenteou Oxum Òpàrà com a Idá òdòdó (espada amarela). Evocação: "Sijibó mi olú irìn òdòdó!" (Protega-me, Senhor dos metais amarelos!). 

ÒGÚN ONÍRÉ


ÒGÚN ONÍRÉ
O Temido Guerreiro te deixará talentoso e ousado. Ajudará nas conquistas e resolução de pendências. Controle sua impulsividade e evite polêmicas.
Simbologia:
Ògún Oníré é representado pelo àkòró (capacete sagrado). Dia: terça-feira, bom para esportes.
Oferenda:
Iyefún èwà epo: farofa de feijão fradinho no dendê.
Cores:
Verde, que simboliza força e confiança e atrai popularidade.
Características do Orixá:
Ògún Oníré é temível e audaz. Tornou-se Rei de Ìré (cidade da antiga região de Ìjèsá na Nigéria) dominando os sete vilarejos que cercavam Ìré. Usa a adá tóbí (grande espada) e o àpáta ogun (escudo de guerra). Evocação: “Ògún Alákàyé Osìnmolè” (Senhor, guia dos Orixás).
Protegido por Ògún Oníré:
O Lutador de muay thai “Minotauro” é temível e audaz como Ògún Oníré. Inovador, Minotauro criou um estilo próprio de luta, baseado no jiu jitsu e boxe. “Para manter a liderança, use as ataduras de mãos na cor verde”.
Exemplo de vitória:
Nascida em Cambuí, Estado do Rio de Janeiro, Dulce Bastos foi levada ao Candomblé seu pai biológico Manoel Bastos. Aos 13 anos foi apontada como Makota (equivale a Ekedi) e aos 16 anos foi então confirmada pelo Tata Hia Nkise Lembaragi ou Laércio de Lemba (Bahia). 40 anos se passaram e Makota Dulce de Nkose continua com toda força, fé e devoção nos Nkise e diz estar feliz em professar uma religião tão bonita como é o candomblé. Aueto Makota Dulce!

Axés & Magias:
Para proteção contra assaltos, coloque na quarta-feira dia de Sto. Antônio, dentro de um saquinho na cor verde 1 imã, 1 espada de aço em miniatura lavada com folhas de mangueira e 3 moedas correntes. Feche o saquinho e coloque-o na bolsa ou carteira.
Magia de Ògún Oníré para amarrar seu amor:
Forre um prato de papelão com folhas novas de mangueira e escreva o nome da pessoa a lápis colocando por cima das folhas. Cozinhe um inhame kará, amasse-o, modele um coração e coloque-o por cima do nome. Faça uma mistura de wájì (pó encontrado nas casas de artigos religiosos) com aridan em pó e açúcar mascavo e coloque por cima de tudo. Arrie esta magia numa estrada de subida pedindo com fé a Ògún Oníré.

OGUN AKORO


Filho de Yemanjá ou Oduá com Oxalá.Está ligado ao mistério das árvores, consequentemente à Oxalá. Seu "assento" está ao pé de um Igí-uyeuè (cajazeira) no Brasil, onde um adàn, akòko ou Àràbà na Nigéria e no Daomé, e rodeado por uma cerca de peregun. Podendo também ficar ao pé do Igí-òpé cujo tronco simboliza a matéria individualizada dos funfun (orixás do branco, particularmente Oxalá), que as folhas brotadas sobre os ramos ou troncos, simbolizam descendentes e que o màrìwò é a representação mais simbólica de Ogún.


Ogún data de tempos proto-históricos, é pré-histórico, violento e pioneiro; suas armas são primeiro de pedra, depois o ferro. Sua primogenitora converte-o em quase irmão gêmeo de Exú.

Deus da guerra, imagem arquetípica do soldado, Ogún é também o deus do ferro, da metalurgia. Do ferreiro ao cirurgião, todos os que utilizam instrumentos de ferro (e o aço por consequencia) em seu trabalho: agricultores, caçadores, açougueiro, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores e outros que juntaram-se ao grupo desde o início do século, mecânicos e motoristas; rendem homenagem à Ogún. Nesse sentido ele é o arquétipo da conquista da civilização humana, consolidada na idade do ferro. Orixá de personalidade violenta, obstinada, constante, viril, disciplinada, quando não rígida.

• Akóro Ko l'axo Akóro não tem roupas

• Màrìwò l'axo Ogún o! Màrìwò veste Ogún

• Màrìwò Màrìwò

Na sua estreita relação, com a natureza humana, na qual é o regente dos "caminhos" no seu sentido de trabalho, oportunidades profissionais, e ao mesmo tempo "guardião" da casa, é expressa em sua cantiga:

• Ogún á jó (Ogún dançará) e màrìwò (fronde da palmeira, usada como sua roupa) Ogún Akòró e màrìwò

• Iwó a gba 'lé bg'ònà (ele ocupará a casa e o caminho)

• Ogun á jó e màrìwò màá tú yeye (fronde da palmeira cresça)

• Akóro pa lónìí ó

• Pa o jàre pa léle pa

• Ogún pa o jàre

• Akóro - uma qualidade de Ogún

Nesta cantiga está se pedindo para Ogun abrir os caminhos : vai cortando, desembaraçando o caminho. Uma outra tradução, fala em matar, de quando os orixás vinham a guerra, e que eles lutavam.

Historicamente, teria sido o filho mais velho de Odùduà, o fundador de Ifé, usando o título de Oniré (Rei de Irê), por se apossar da cidade de Irê, matando seu rei; usava uma diadema.

ÒGÚN ALÁGBÈDE

 ÒGÚN ALÁGBÈDE 


O grande ferreiro te deixará arrojado e criativo. Ajudará em conquistas e empreendimentos. Cuidado com acidentes domésticos.
Simbologia:
Ògún Alágbède é representado Irin kéré jù (ferramentas em miniaturas). Dia: terça-feira, bom para inovações.
Oferenda:
Wéwé eran òbúko epo: miúdos de bode no dendê.
Cores:
Azul-marinho e branco que simbolizam fidelidade e atraem vitalidade.
Características do Orixá:
Olódùmarè deu a Ògún o segredo da utilização do ferro, por isso além de Alágbède (o ferreiro,) Ògún também é chamado de Bàbá irin (Pai dos metais). Ògún é o dono das folhas chamadas de Imò òpe, que após um ritual específico, recebem o nome Màrìwò.
Protegido por Ògún Alágbède:
O ator Alexandre Nero é habilidoso como Ògún Alágbède. Alexandre contracena com Marcelo Serrado em "Crô, o filme" interpretando o personagem Baltazar. "Para boas energias, banhe-se com nativo".
Exemplo de Vitória:
Mauro Guilherme tinha 12 anos quando foi levado ao terreiro de Pai Bionor por causa de visões que tinha. Lá foi dito que o menino tinha uma missão a cumprir. Na década de 80 Mauro esteve na casa do Pai Luiz de Oxossi do Àse Obá Koso. Em 1992, foi confirmado Gaimpe na Nação Jeje pelo Doté Luiz de Jàgún. Atualmente, Gaimpe Mauro faz o quadro "A Volante de Oyá" no programa de Mãe Gina de Yansã e Pai Ruy de Ògún na Rádio Tropical de Nova Iguaçu.
Axés & Magias:
Os filhos de Ògún Alágbède são enérgicos e objetivos. Com grande espírito competitivo, eles estão sempre em constante atividade e imaginando novos planos e empreendimentos. Devem evitar comer carne de rã.
Para segurar o amor:
Forre um prato de papelão com folhas de saião. Escreva o nome da pessoa em um papel branco e coloque por cima das folhas. Torre meio quilo de feijão fradinho, misture com açúcar mascavo e coloque em cima do papel com o nome da pessoa. Polvilhe por cima pemba azul ralada ou pó de waji. Deixe esta magia por três dias dentro de casa, pedindo com fé a Ògún Alágbède. Depois, enrole tudo num morim azul e enterre debaixo de uma árvore.
Ògún Àmènè ou Ominí – tem ligação com Oxun, cultuado em Ijexá, sua conta é verde clara.

Ogunjá


Ogunjá


Nesta fase Ogun veste branco ou verde. Sua ferramenta pode ser na forma de um chapéu, um guarda chuva contendo nas pontas como pingentes ferramentas da pesca, caça e da agricultura. Ou ainda de acordo como o jogo de Ifá indicar com os devidos materiais a serem incorporados.
Tem uma grande relação com OXAGUIÃ e YEMANJÁ. Antes de falar mais sobre esse caminho de ogum preferi primeiro falar de Ogum de uma forma geral: Ogum é o filho mais velho de Odudua e de Yemanjá, irmão de Odé e de Exu. Ele foi o filho que reinou no lugar de seu pai quando este, temporariamante, ficou impedido.

Ele é o orixá dos ferreiros, também da tecnologia. Foi ele quem abriu caminho para que os orixás chegassem ao Aiye ( Planeta Terra ) por isso ganhou o título Osi Imole. 

Segundo o pesquisador Fantumbi Verger a palavra deriva da seguinte frase Ogun Jé Aja. O escritor Reginaldo Prandi publicou a seguinte itan:

Ogum faz instrumentos agrícolas para Oxaguian

Oxaguian, rei de Ejigbô, o Elejigbô, chamado "Orixá-Comedor-de-inhame-pilado", inventou o pilão para saborear mais facilmente seus prediletos inhames. Todo o povo do seu reino adotou a sua preferência. Todo o povo de Ejigbô comia inhame pilado. E tanto seu comia inhame em Ejigbô que já não se dava conta de plantá-lo. E assim, grande fome se abateu sobre o, povo de Oxalá.

Oxaguian foi consultar Exu, que o mandou fazer sacrifícios e procurar o ferreiro Ogum, que naquele tempo viva nas terras de Ijexá. O que podia fazer Ogum para que o povo de Ejigbô tivesse mais inhame? Consultou Oxaguian. Ogum pediu sacrifícios e logo deu a solução. Em sua forja, Ogum fez ferramentas de ferro.

Fez a enxada e o enxadão, a foice e a pá, fez o ancinho, o rastelo, o arado. "Leve isso para o seu povo, Elejigbô, e o trabalho na plantação vai ser mais fácil. Vão colher muitos inhames, mais do que agora quando plantam com as mãos", disse Ogum. E assim foi feito e nunca se plantou tanto inhame e nunca se colheu tanto inhame. E a fome acabou.

O povo de Ejigbô, agradecido cultuou Ogum e ofereceu a ele banquetes de inhames e cachorros, caracóis, feijão-preto regado com azeite-de-dendê e cebolas. Ogum disse a Oxaguian: "Na casa de seu Pai todos se vestem de branco, por isso também assim me visto para receber as oferendas". E o povo o louvava e Ogum ficou feliz. E o povo cantava: "A kaja lónì fun Ògúnja mojuba" - "Hoje fazemos sacrifício de cachorros a Ogum, Ogunjá, Ogum que come cachorro, nós te saudamos"
Oxaguian disse a Ogum: "Meu povo nunca há de se esquecer de sua dádiva. Dê-me um laço de seu abadá azul, Ogum, para eu usar com meu axó funfun, minha roupa branca. Vamos sempre nos lembrar de Ogunjá". E, do reino de Ejigbô até as terras de Ijexá, todos cantaram e dançaram.



Quando o culto chega ao Brasil sua predileção continua sendo o aja ( cachorro) tanto que não se muda o nome, porém aqui seu culto recebe adaptações, pois esse cachorro, ao qual se refere a iton, é um animal selvagem muito perigoso tanto que ao cruzar com um sêr humano o seu ataque provoca muitoas mortes, então se olharmos por este aspécto veriámos que ao se oferecer tal animal em sacrifício para um guerreiro seria um ato muito glorioso e honroso.

As adaptações

Aqui, em solo brasileiro, assim como houve com outros elementos que, não puderam ser importados como o feijão fradinho, farinha de akaçá, farinha de mandioca etc, o cachorro vai ser substituido pelo animal doméstico e também vai mudar o rito: quando o yawo recolhe ele o faz junto com um filhote de cão e na hora do sacrifício o cachorro é trocado por um bode e este yawo vai cuidar deste animal até que ele venha a falecer.

Por ser um caminho de Ogun muito quente, é comum quando um yawo deste santo/orixá está recolhido, acontecer grandes brigas entre as pessoas daquela casa, o que os mais velhos chama de ¨casa quente¨, sendo assim o baba ou a iya antes de recolher este yawo deve preparar a casa, colocando na cumieira inhame cará, muito ebô, canjica e água tudo coberto com muito mariwo. Na hora do Lagbe deste Ogun o yawo também deverá estar coberto com muito mariwo.

Por estar numa fase muito quente este ogun deve ser cuidado somente com água de côco, azeite doce e muito ebô. É comum se ver, em casas tradicionais, o ato de confirmar a aláfia com o inhame cará que, substitui os búzios ou o obi.
OGUM MEGÊ NO CANDOMBLÉ


Era um terrível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Nascido na cidade de IFÉ e nela cultuado,pois veio na corte de ÒRÚNMÌLÀ em sua chegada a terra.

É considerado filho de YEMONJA e outras vezes de ODÙDUWÀ e, em ambos, seu pai é ÒRISÀNLÁ.

ÒGÚN caça e inventa armas. Deve-se ter sempre a seus pés uma cabaça virada, pois se êle chegar e não encontra-la, fica nervoso. O fogo e o sangue simbolizam a raiva e o desejo de guerrear. Êle teve várias esposas: ÒSUN, OBÁ e OYA, mas a mais importante foi ELESY ÒSUN ORIY, aquela que pintava sua cabeça com pós brancos e vermelhos. Por onde passava conquistava aldeias, cidades, era aclamado e recebia vários nomes: ÒGÚN BENIN, ÒGÚN DAYO, ÒGÚN FENÁN, ÒGÚN KAUANÁ; não são qualidades e sim títulos. Seu principal alimento é o IXÙ ( inhame ) .

ÒGÚN é assentado, geralmente, do lado de fora. Gosta de ficar rodeado de árvores, como YIOBÉ, peregun, sua árvore de maior fundamento, e YIZIEEOU, pé de jaca. Mulher não deve chegar perto.

Sua saudação: ÒGÚN YÈ, PÀTÀKÌ ORÍ ÒRÌSÀ, quer dizer: Salve OGUN, Oricha importante para a cabeça.

Seria o mais velho, a raiz de todos. É um ÒGÚN completo. Come nos cemitérios. Soleteirão, ranzinza e muito sanguinário. Suas cores são o verde claro e o vermelho claro.




OGUM MEGÊ NA UMBANDA

“O seu cavalo corre, em ninguém ver, ô salve as sete espadas de Ogum Megê”.



Essa qualidade de Ogum de Umbanda é muito invocada para resolver casos de feitiçaria e outros trabalhos mais pesados, principalmente os que envolvem a Calunga Pequena, ou cemitério.

Esse Orixá anda geralmente nas encruzilhadas e estradas que dão aceso ao campo santo, e sua força se une com a de Omulú, o grande guardião das almas e de sua morada. Grande guerreiro, sempre está atento para o que se passa dentro dos cemitérios, sendo importante que; antes de fazermos qualquer obrigação neste local, levemos presente para ele.

Ogum Megê, assim como os demais Oguns, é um protetor fiel, e sempre que por ele chamamos, encontramos pronto atendimento às nossas súplicas.

Com seu cavalo, este Ogum ronda os cemitérios sempre e nada podemos fazer sem sua devida autorização. Era comum os umbandistas mais antigos, levarem para ele, cerveja, velas, ou outro tipo de oferenda para que ele autorizasse aos exús daquele lugar, que viessem atender a um chamado sempre que deles precisassem.

Usa as cores vermelha e branca, assim como a grade maioria dos Oguns de Umbanda, fuma cigarro ou charuto e quando incorporado, bebe de forma moderada a cerveja branca.

Ao invocarmos algum exú de cemitério para nos ajudar em alguma situação, o Sr. Ogum Megê, vem imediatamente até as proximidades do portão e pergunta a que lugar vai aquele exú, e se ele não foi devidamente homenageado, pode impedir que aquele exú venha trabalhar, e essa é a causa de alguns trabalhos de cemitério não renderem resultados satisfatórios.

Dentro da quimbanda, assim como os demais Oguns, Megê se encarrega de supervisionar os trabalhos que são realizados e se por ventura algo de muito errado for feito, ele imediatamente comunicará às esferas superiores e se dará assim, o início da cobrança daquele ato, primeiramente para o exú e posteriormente para a pessoa que solicitou o trabalho.

Recebe velas brancas, vermelhas e brancas e sempre ao redor dos cemitérios, também costuma receber cerveja branca e algumas pessoas costumam colocar farofa para o mesmo.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá.

Qualidades de Ogum

AS QUALIDADES DO ORIXÁ OGUM



Esta postagem fazia parte do antigo corpo do nosso antes de passar pela sua nova estrutura e reavaliação. Foi uma das postagens mais visualizadas e com isso, referente ao tema que estamos abordando este mês, ela faz parte de sua seqüência. 

Com alegria estamos postando novamente AS QUALIDADES DO ORIXÁ OGUM. Espero que nesta nova versão de nosso BLOG ela tenha novamente as mesmas visualizações que teve antes e com maiores sucessos como anteriormente teve. 

AS QUALIDADES DO ORIXÁ OGUM

Dando seguimento aos nossos estudos sobre nosso querido Senhor dos Caminhos, o Orixá OGUM, estamos postando aqui as QUALIDADES deste Orixá, a fim de conhecermos mais sua história dando mais condições de crescimento espiritual a todos nos caminhos de Ogum.

OGUM MEGE


É o mais velho de todos, a raiz dos outros. Ogum completo, velho solteirão rabugento. É o aspecto do orixá que lembra a sua realização em conquistar a sétima aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar o seu filho Adahunsi.

OGUM JE AJÁ OU OGUM-JÁ

Um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas, um dos seus mitos liga-o a Oxaguiã e Yemanjá quanto a sua origem e como ele ajudou Oxalá e seu reino fazendo ambos um trato. É um Ogum, como indica seu nome, particularmente combativo. Tem temperamento rabugento, solitário, veste-se de verde escuro e usa contas verdes. Dizem que acompanha Ogunté.

OGUM AJAKÁ


O verdadeiro Ogum Guerreiro - sanguinário, quem em princípio se veste de vermelho. Teria sido rei de Oyó e irmão de Xangô. Ajaká é um tipo particularmente agressivo de Ogum, um militar acostumado a dar ordens e a ser obedecido, seco e voluntarioso, irascível e prepotente.

OGUM XOROQUE


Apenas um apelido que Ogum ganhou devido à sua condição extrovertida; soro = falar, ke = mais alto. Usa contas de um azul escuro que se aproxima do roxo. Xoroque é um Ogum que tende a confundir-se com Exú, agitado, instável, suscetível e manhoso.

OGUM MEME


Veste-se igualmente de verde e usa contas verdes, como Ogunjá, mas de uma tonalidade diferente.

OGUM WORI


É um Ogum perigoso, dado à feitiçaria, ligado ao Màriwò, aos antepassados. Tem temperamento difícil, suscetível, autoritário e com espírito dogmático.

OGUM LEBEDE OU ALAGBEDE


É o Ogum dos ferreiros, marido de Iemanjá Ogúnté e pai de Ogum Akoro. Representa o tipo mais velho de Ogum, os trabalhadores conscienciosos, severos, que - não brincam em serviço - ciente de seus deveres como de seus direitos, exigente e rabugento.

OGUM AKORÓ


Filho de Ogum Alagbede. É o irmão de Oxóssi, ligado à floresta, qualidade benéfica de Ogum invocada no pade. Filho de Ogunté, Akoró é um tipo de Ogum jovem e dinâmico, entusiasta, era empreendedor, cheio de iniciativa, protetor seguro, amigo fiel, e muito ligado à mãe.

OGUM ONIRÈ


Filho de Onirè, quando passou a reinar em Ire, Oni = Senhor, Ire = aldeia. Dono do Irê, primeiro filho de Oduduwa. Onirè é um Ogum antigo que desapareceu debaixo da terra. Usa também contas verdes. Guerreiro impulsivo, é o cortador das cabeças, ligado à morte e aos antepassados; orgulhoso, muito impaciente, arrebatado, não pensa antes de agir, mas acalma-se rapidamente.

OGUM OLODE


Epíteto do Orixá destacando a sua condição de chefe dos caçadores, originário de Ketu. Não come galo por ser um animal doméstico. Amigo do mato, dos animais, conhecedor dos caminhos, e é um guia seguro. Seu temperamento solitário assemelha-se ao de Oxóssi. Filho de Ogum Oniré  (veja explicação acima) com Oxum Ypondá.

OGUM POPO


Seria o nome de Ogum quando foi à terra dos Jeje, é um tipo fanático.

OGUM WARIS


Nessa condição o orixá apresenta-se muitas vezes com forças destrutivas e violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele aborrece-se. Um dos seus mitos narra que ele ficou momentaneamente cego.

OGUM MASSA


Um dos nomes bastante comuns do orixá, segundo os antigos é um aspecto benéfico do orixá quando assim se apresenta.

Desta forma, espero que esta pequena contribuição possa ter sido proveitosa para cada um de vocês que visitaram este BLOG. Não deixe de comentar as postagens daqui ou mandem seus comentários também pelo PERFIL OLHOS DE OXALÁ (O BLOG) no ORKUT.

Orixá Ogum

O Orixá Ogum tem TODAS LIGAÇÕES QUE SE ESTABELECEM EM DIFERENTES LUGARES, ESTRADA DE FERRO, CAMINHOS, ETC. AXÉ (FORÇA EMANADA): SENHOR DAS DEFESAS, DAS BATALHAS, DO FERRO, ETC. FERRAMENTAS: ESPADAS E PEÇAS FEITAS EM FERRO. O dia da semana dele é a terça-feira, sua saudação é Ogunhê e sua comida preferida é o feijão o inhame kará. O animal preferido em seu culto é o cachorro, mas é pouco adotado em casa de axé, pois nossa cultura tem muito afeto a esses tipos de animais.Na Umbanda ele também é cultuado de diversas formas como: Beira mar, 7 espadas de ouro, Ogum de ronda, etc.

Alguns acreditam que Ogum era filho de Iemanjá , irmão de Oxóssi  e Exu e também irmão de Oxoguian . No final do artigo você poderá escutar os Canticos do Orixá Ogum com a letra em yoruba para seu aprendizado.